Recentemente, entrou em debate uma questão muito importante e presente na vida do trabalhador brasileiro acerca da jornada de trabalho conhecida por 6×1 exercida por parcela da população.
Neste blog vamos apresentar as escalas mais adotadas em alguns países. A escala de trabalho global reflete diferentes abordagens à jornada laboral adotada ao redor do mundo, moldadas por fatores históricos, culturais, econômicos e, até mesmo, legais.
Abaixo, selecionamos e analisamos o padrão de jornada de trabalho de sete países, quais sejam: Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, França, Espanha, China e Venezuela.
1. Brasil
Apesar da recente discussão já mencionada sobre a modalidade 6×1, no Brasil, via de regra, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) define uma jornada de trabalho padrão de 44 horas semanais, com 8 horas diárias e 4 horas aos sábados ou compensações por meio de acordos. Horas extras são limitadas a 2 por dia e devem ser remuneradas com pelo menos 50% de acréscimo. O trabalhador brasileiro, ainda, possui direito a 30 dias de férias remuneradas anuais e 13º salário, benefícios significativos em comparação a muitos países.
2. Estados Unidos
Nos Estados Unidos, a jornada de trabalho é de 40 horas semanais, geralmente distribuídas em cinco dias úteis de 8 horas cada. As regulamentações trabalhistas, como as leis de horas extras, são menos rígidas em comparação com outros países desenvolvidos. Assim como no Brasil, a hora extra trabalhada também é remunerada com pelo menos 50% de acréscimo por hora, mas muitas empresas esperam longas horas de seus funcionários, especialmente em setores de tecnologia e finanças. Além disso, os EUA não possuem legislação nacional obrigatória para férias remuneradas, deixando essa política a cargo dos empregadores, o que resulta em jornadas intensas para muitos.
3. Inglaterra
Com maior flexibilidade, no Reino Unido, a jornada padrão é de 40 horas semanais. Sua legislação trabalhista, regida pela “Working Time Regulations”, limita as horas trabalhadas a 48 por semana, considerando um período de 17 semanas. Se houver consentimento explícito do trabalhador, esse limite pode ser excedido. Os britânicos têm direito a pelo menos 28 dias de férias anuais, o que inclui feriados nacionais. Com a presença cada vez mais marcante de modalidades como o trabalho híbrido (presencial e remoto), a jornada no país tem se tornado mais ajustável às necessidades individuais.
4. França
A França é conhecida por sua regulamentação trabalhista avançada, que prioriza o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. A jornada padrão é de 35 horas semanais, estabelecida pela Lei “Aubry” nos anos 2000. Embora os trabalhadores possam ultrapassar esse limite, há um rigoroso controle sobre horas extras, que são limitadas e regulamentadas. Os franceses também têm direito a 30 dias de férias anuais remuneradas, além de feriados, o que reflete uma visão cultural que valoriza o descanso e o lazer.
5. Espanha
A jornada de trabalho espanhola segue o padrão europeu de 40 horas semanais, com regulamentação que limita a hora extra e incentiva o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. A Espanha é famosa por sua prática cultural de “siesta” (tirar uma soneca após o almoço), embora seja menos comum atualmente nas grandes cidades. Com 30 dias de férias remuneradas ao ano, por direito, os espanhois contam, ainda, com 14 feriados, sendo um dos países europeus com mais dias de descanso.
6. China
Sendo, atualmente, o segundo país mais populoso do mundo, a China possui como padrão uma jornada de trabalho de 40 horas semanais, com 8 horas diárias distribuídas de segunda a sexta-feira, conforme a Lei do Trabalho. Contudo, em setores como tecnologia e manufatura, é comum a prática informal do “996” (trabalhar das 9h às 21h, 6 dias por semana). Esse excesso de horas trabalhadas tem gerado debates intensos sobre saúde mental e direitos trabalhistas no país. Embora o governo esteja tomando medidas para combater essas práticas, elas ainda são comuns em algumas áreas.
7. Venezuela
A Lei Orgânica do Trabalho regula a jornada de trabalho na Venezuela. Esta lei estabelece um máximo de 40 horas semanais para trabalhos diurnos e 35 horas para trabalhos noturnos. Além disso, há um limite de 2 horas extras diárias. O país também garante pelo menos 15 dias úteis de férias anuais, com acréscimos progressivos a partir do segundo ano de serviço. Contudo, a crise econômica e as condições instáveis de trabalho no país muitas vezes levam à violação dessas normas.
Custo de Vida e Média Salarial
Analisar apenas o aspecto da jornada de trabalho pode não refletir tão bem a realidade destes países tão diferentes cultural e economicamente. Por isso, separamos também uma análise a respeito do custo de vida e quanto ganham os trabalhadores em seus respectivos países.
Os países mais desenvolvidos (EUA, Inglaterra e França) oferecem salários mais elevados, mas possuem altos custos de vida. Enquanto isso, a Espanha e a China apresentam custos e salários intermediários. Já o Brasil e a Venezuela possuem desafios maiores, com baixos salários reais em comparação ao custo de vida. Estes são fatores que influenciam diretamente na qualidade de vida e nas oportunidades econômicas em cada nação.
A produtividade no trabalho, frequentemente medida pelo PIB gerado por hora trabalhada, varia significativamente entre estes países devido a fatores como estrutura econômica, tecnologia empregada e eficiência dos setores produtivos.
Os EUA é um dos líderes em produtividade, com um PIB por hora trabalhada em torno de 77 USD. A França, dentre os países analisados, está em 2º lugar com um PIB de 70 USD. Já o Reino Unido possui um PIB aproximado de 65 USD. A Espanha atinge por volta de 45 a 50 USD, seguida pela China com aproximadamente 20 USD. Estima-se que o Brasil alcança em torno de 17 USD e, por último, a Venezuela (bastante castigada com a crise econômica em que se encontra) 5 USD.
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